sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Ser professora

Como diz o grande sábio Paulo Freire, refletir sobre a prática do educador progressista, ensinar é muito mais abrangente do que pensamos, não é simplesmente, passar para o aluno o que sabemos e chegar no final do ano, aprovar ou reprovar, não temos o direito de reprovar ninguém, só reprovamos porque no passado fomos reprovados. A educação é a mesma de antigamente a classe abastada aprendia, o proletariado, até hoje continua sendo reprovado.
O professor tem que ter ética, e só reprovar, quando ele foi à busca do aprendizado do seu aluno.
Temos infinitas potencialidades de aprender sempre, tudo, só não aprendemos quando não nos é ensinado.
Só aprende quem quer aprender. Como fazer com que os alunos queiram aprender?
Mesmo com salário baixo o professor tem que ser o mestre.
O grande desafio de hoje é ser um professor que ensina buscar o aprendizado, fazer com que cada sujeito tenha garantido seus direitos. O professor tem a responsabilidade de formar cidadãos com direitos e deveres.
Quando eu for esta professora progressista, sabendo das minhas responsabilidades, eu poderei e deverei reprovar.
Talvez possamos buscar o gosto do aluno em querer aprender, adotando um planejamento flexível, podendo improvisar. Ocasionalmente, é salutar interromper seqüências e partir para um novo projeto. ( Philippe Perrenoud )


Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. (Paulo Freire)
Como sujeitos, cada aluno trás consigo uma bagagem de aprendizagens, da família, da comunidade, e desta sua bagagem podemos conduzir para novos aprendizados, que certamente, lhes dará prazer, pois faz parte do seu dia-a-dia, seu mundo é seu cotidiano. E desta maneira buscar o querer aprender. Os seres humanos nascem todos iguais, começam se apropriar da cultura através de um mediador, dentro da sociedade.



Educar não é transferir conhecimento. (Paulo Freire )
Educar é estar aberto para a curiosidade do aluno, é ensinar a ser crítico, é instigar a querer saber mais, é aprender junto.

Ensinar exige consciência do inacabamento. ( Paulo Freire )
Como seres humanos nunca estaremos prontos, pois todos os dias aprendemos, e através desta aprendizagem mudamos nossos conceitos, nossas opiniões, enxergamos o mundo diferente, e também por sabermos ser inacabados, estaremos em busca de novos saberes. Estamos no mundo para fazer a diferença, somos seres em evolução, com crescimento diário.







O ensinar e aprender são um grande desafio para mim como professora, pois tenho que fazer com que meus alunos queiram aprender. E para que ele sinta esta necessidade de aprender, tenho o desafio de tornar a aula prazerosa, e que ele goste de estar na sala de aula.
Na avaliação final se ele for reprovado, eu serei a culpada, pois não busquei o seu aprendizado.



Carta (Paulo Freire)

Do direito e do dever de mudar o mundo.

Se alguém, ao ler este texto, me perguntar, com irônico sorriso, se acho que, para mudar o Brasil, basta que nos entreguemos ao cansaço de constantemente afirmar que mudar é possível e que os seres humanos não são puros espectadores, mas atores também da história, direi que não. Mas direi também que mudar implica saber fazê-lo e é possível.

Conversando com alguns colegas professores da escola que trabalho, sobre o que Paulo Freire nos diz a respeito de ensinar e aprender, pessoas que já estão tentando ensinar a muitos anos atrás, pessoas que se queixam do salário baixo, e que se fulano ( aluno), só conversa, não quer nada com nada, por que eu vou me preocupar, discurso que escuto desde que entrei no estado, e por ter trabalhado em outras escolas com outros professores, tenho uma opinião formada, de que os professores deveriam se preocupar mais com seus alunos.
Professores que já leram Paulo Freire, que sabem que têm mudanças, dizem não sabem como mudar e que não depende somente deles, fugindo assim de sua responsabilidade de realmente, efetivamente saber que seu aluno teve o aprendizado necessário para seguir em frente. E assim reprovam e aprovam sem ética alguma.
Lendo Paulo Freire e acreditando nele, acho que cada professor pode fazer a diferença para seus alunos, levando-os a quererem aprender, acho que é um grande desafio para cada profissional em educação esta busca.
Entendi que Paulo Freire nos diz que para fazermos parte da história, teremos que fazer diferente para ter um mundo diferente, para que a democracia se faça presente.











Carta ( Paulo Freire ).

O discurso da impossibilidade de mudar o mundo é o discurso de quem por diferentes razões, aceitou a acomodação. A acomodação é a expressão da desistência da luta pela mudança.



Como representante da escola no CPERS, fico triste, quando convido os professores para irem a algum ato público em POA, ou mesmo nas Assembléias no Gigantinho, onde vamos lutar por uma educação melhor, mesmo sabendo do descaso no ensino público dos nossos governantes. A educação está quase chegando ao que era no final do Século IX, e início do Século XX, já temos a seriação, querem privatizar a educação, onde a minoria terá acesso à educação. Se nos acomodarmos, vamos perder os direitos até aqui adquiridos, e a grande maioria ficará a margem da sociedade.

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